Como maximizar a perda de gordura durante os exercícios, segundo a ciência

Todos nós sabemos sobre a importância de fazer exercícios físicos constantemente. Isso porque a prática de desportos produz melhorias, não somente estéticas, como também condicionamento para o praticante. Especialistas recomendam ao menos uma caminhada por dia, pois isso aumenta a produção de endorfinas, diminui a tensão muscular e abaixa o hormônio do estresse.

Além de tudo isso, as pessoas procuram, é claro, a perda de gordura. E com certeza, todos nós já ouvimos as mais diversas e loucas coisas a respeito de como perder gordura. A maioria delas sem nenhuma base científica.

Para responder algumas dúvidas sobre essa queima de gordura, Justin Roberts, Ash Willmott e Dan Gordon, que são professores de ciência do esporte na Universidade de Anglia Ruskin, no Reino Unido, responderam essas dúvidas.

Metabolismo

A primeira coisa a se entender é o que é realmente queimar gordura. Mesmo que você esteja sentado no sofá ou no trabalho o dia todo, o corpo precisa de um combustível para se manter funcionando. E essa energia necessária virá da queima de gorduras, carboidratos, proteínas e fosfatos.

A queima vai variar de pessoa para pessoa. Tudo depende de quanta energia existe disponível e a que taxa a pessoa a está utilizando. Outros fatores que também influenciam nisso são dieta, idade, sexo e a quantidade de exercício que a pessoa tem costume de fazer.

De uma maneira geral, os cientistas observaram que fazer atividades de menor intensidade, com caminhar ou trotar, por exemplo, exige menos esforço dos músculos do que correr. Portanto, menos energia é necessária. Logo, o suprimento de energia virá principalmente de gorduras.

E conforme a intensidade do exercício aumenta o corpo não consegue metabolizar essa gordura muito rápido para que ela possa suprir a demanda de energia. Por isso o corpo começa a usar os carboidratos que são mais rápidos de se processar.

Por isso a intensidade dos exercícios tem um grande papel quando a pessoa quer de fato queimar mais gordura do que carboidratos. E se esse for o caso, menos intensidade é igual a uma maior queima.

Queima de gordura

Foto: (reprodução/internet)

Quando o corpo está em estado de repouso, ele está em uma total oposição de quando a pessoa está se exercitando. Nessa hora, a necessidade de calorias é bem baixa. E é nessa hora que o que mais se metaboliza é a gordura, para que ela dê energia para o corpo.

Então, se existe um momento no qual as pessoas queimam predominantemente gordura, esse momento é entre o estado de repouso e um nível de exercício físico com intensidade onde os carboidratos sejam a fonte predominante de energia.

Esse momento é bastante amplo. Ele vai de uma frequência cardíaca de repouso de aproximadamente 70 batimentos por minuto, até aproximadamente de 160 batimentos, durante os exercícios  moderados.

Maximizar a queima

Foto: (reprodução/internet)

Para que o máximo de gordura seja queimado, é necessário se manter nesse momento em que principalmente a gordura é usada como energia. Mas medir isso não é fácil. Uma das formas que os cientistas usam para ver quanta energia está sendo usada em diferentes tipos de exercício, é medir a quantidade de ar que a pessoa expele em um teste de esforço que vai ficando cada vez mais difícil.

Essa relação, entre a intensidade e a maior quantidade de gordura queimada, é chamada de “taxa máxima de oxidação de gordura”, também chamada de “FATMAX”.

Usando esse método os estudos mostraram que, à medida que a intensidade do exercício vai chegando entre 40 a 70% do volume máximo de oxigênio de uma pessoa, existe um aumento na taxa de carboidratos e gorduras sendo usados. E em maiores intensidades, essa taxa de queima de gordura começa a diminuir.

Em uma forma geral, se esse momento de queima de gordura realmente existe, os cientistas dizem que ele acontece entre 50 e 72% do volume máximo de oxigênio.

Observações

Foto: (reprodução/internet)

É importante lembrar que a capacidade de queimar gorduras também depende de outros fatores. E um deles é a genética. Estudos mostraram que esse momento de queima de gordura é, provavelmente, mais baixo nas pessoas com sobrepeso ou obesas. E mais alto nos atletas que praticam esportes de resistência como corredores e maratonistas.

Além do que, existem evidência de que seguir algumas dietas, como por exemplo o jejum intermitente, e fazer exercícios mais longos podem aumentar essa capacidade de queima de gordura.

Mas o que tem que ser considerado, é que, de forma geral, nós queimamos realmente muito pouca gordura durante um exercício. Isso se for levado em consideração a quantidade em gramas por minuto.

O que quer dizer que esse momento de queima de gordura pode ajudar um pouco. Mas não é uma coisa que surpreende todos, de que perder peso através do exercício físico é uma coisa que pode ser sim demorada.