O porquê de termos impressões digitais

Os pesquisadores descobriram que, ao regular os níveis de umidade, nossas impressões digitais desempenham um papel fundamental em nossa capacidade de agarrar objetos.

As impressões digitais são exclusivas dos primatas – e, aliás, dos coalas – e os cientistas há muito se perguntam por que eles evoluíram e, em particular, quais são as vantagens que têm sobre as almofadas lisas encontradas em animais como gatos ou ursos.

Essas regiões, encontradas nas pontas dos dedos das mãos e dos pés, são compostas por minúsculas “ondas” de pele chamadas cristas epidérmicas

O porquê de termos impressões digitais
Foto: (reprodução/ internet)

Em comparação com a pele lisa, eles têm uma densidade muito maior de glândulas sudoríparas, que curiosamente tendem a responder à ansiedade e a estados emocionais em vez de mudanças de temperatura.

Agora, um novo estudo conduzido pela Universidade Nacional de Seul (SNU) na Coreia do Sul descobriu que essas cristas interagem com nossas glândulas sudoríparas para regular o atrito entre nossa pele e um objeto, dando-nos a capacidade de agarrar uma variedade de superfícies diferentes.

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Este trabalho demonstra aquela profunda influência do atrito na maneira como percebemos os atributos táteis de um objeto”, escrevem os pesquisadores em artigo na revista PNAS.

“Durante o contato com objetos sólidos, os sulcos são importantes para a aderência e manipulação de precisão, regulando os níveis de umidade – de fontes externas ou dos poros de suor – de modo que o atrito seja maximizado e o deslizamento catastrófico seja inibido”.

Estudo de comportamento

A equipe, liderada por Seoung-Mok Yum da SNU, usou técnicas de imagem espectroscópica e tomográfica para estudar a forma como a umidade se comportava na ponta do dedo em contato com a superfície de vidro.

Quando a ponta do dedo estava inicialmente seca, secretava suor e aumentava a fricção até que o contato próximo entre as cristas epidérmicas e o vidro bloqueasse as glândulas sudoríparas. 

Quando a ponta do dedo estava inicialmente molhada, os “vales” entre as cristas agiam como canais de fluido para ajudar a evaporar o excesso de umidade.

Ao longo de uma série de experimentos, a equipe mostrou que a ponta do dedo ajustou os níveis de umidade para cima ou para baixo para maximizar o atrito entre o dedo e a superfície.

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Foto: (reprodução/ internet)

“Abundantes glândulas sudoríparas de baixo fluxo e sulcos epidérmicos forneceram aos primatas a vantagem evolutiva em condições secas e úmidas de habilidades manipulativas e locomotivas não disponíveis para outros animais”, concluem os pesquisadores.

Mas compreender os mecanismos subjacentes de nosso controle não é apenas um problema evolutivo interessante.

Num contexto mais amplo, os autores observam que esta pesquisa “irá contribuir para o desenvolvimento de sensores táteis mais realistas, por exemplo, em robótica e prótese, e também sistemas de feedback tátil, por exemplo, para telas sensíveis ao toque e ambientes de realidade virtual”.

Traduzido e editado por equipe: Isto é Interessante 

Fonte: Cosmos Magazine