GOT não era só fantasia

Game of Thrones é considerada a série de fantasia de maior sucesso de todos os tempos, e isso em parte porque os personagens realmente interagem de maneira semelhante a pessoas reais, sugerem os acadêmicos.

E enquanto personagens importantes são famosos por serem mortos aleatoriamente conforme a história é contada, a cronologia subjacente não é realmente imprevisível – como as histórias acontecem.

Estas são as descobertas não tão fantasiosas de uma equipe de físicos, matemáticos e psicólogos de cinco universidades no Reino Unido e na Irlanda que deram uma olhada científica na estrutura de As Crônicas de Gelo e Fogo, a série de livros que inspirou a TV Series.

O primeiro dos cinco foi publicado em 1996 e, até o momento, mais de 70 milhões de unidades foram vendidas em mais de 45 idiomas.

A ironia – como os autores observam em seu artigo na revista PNAS – é que o autor George RR Martin, que também é roteirista, “concebeu o extenso épico como uma antítese às restrições dos orçamentos de cinema e televisão”. Mas a TV se interessou, e o resto – como dizem – é história.

A equipe das universidades Coventry, Warwick, Limerick, Cambridge e Oxford usou a ciência de dados e a teoria das redes para analisar a estrutura narrativa da saga em expansão.

Eles descobriram que, embora mais de 2.000 personagens nomeados tenham mais de 41.000 interações, em um nível de capítulo por capítulo esses números são médios para corresponder ao que podemos lidar na vida real.

Mesmo os personagens principais que contam a história têm em média apenas 150 outros para acompanhar. Este é o mesmo número com o qual o cérebro humano médio evoluiu.

A rede narrativa combina habilidades cognitivas evoluídas para permitir que mensagens complexas sejam transmitidas de maneiras acessíveis, enquanto o tempo da história e o tempo do discurso são cuidadosamente distinguidos de maneiras que combinam com as teorias da narratologia”, escrevem os autores em seu artigo.

GOT não era só fantasia
Foto: (reprodução/ internet)
 

Embora as muitas mortes possam parecer aleatórias para o observador, quando sua sequência cronológica é reconstruída, elas não são aleatórias, eles sugerem. Em vez disso, eles refletem como eventos comuns são disseminados para atividades humanas não violentas no mundo real.

O truque em Game of Thrones, ao que parece, é misturar realismo e imprevisibilidade de uma maneira cognitivamente envolvente.

Este estudo oferece evidências convincentes de que bons escritores trabalham com muito cuidado dentro dos limites psicológicos do leitor”, diz Robin Dunbar de Oxford.

A série convidou várias comparações entre história e mito, e o casamento da ciência e das humanidades no estudo recente abre novos caminhos para os estudos literários comparativos, sugerem os pesquisadores.

As pessoas em grande parte entendem o mundo por meio de narrativas, mas não temos conhecimento científico do que torna narrativas complexas relacionáveis ​​e compreensíveis”, diz Colm Connaughton de Warwick.

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Traduzido e editado por equipe Isto é Interessante 

Fonte:  Cosmos