As pessoas que querem “enviar cheiros” através da tecnologia

Frederik Duerinck não é joalheiro, mas seu próximo projeto é um colar. Esta peça, porém, não apresenta uma pedra preciosa como um pingente, mas sim uma pequena caixa. Neste momento, ela mede um pouco pesada 5cm por 5cm (2in x 2in), mas Duerinck está determinado a encolhê-la até que chegue ao tamanho de um dado. 

Foto: (reprodução/Piero Cruciatti/Alamy)

A Duerinck, é claro, não é o primeiro a tentar entregar aromas sob demanda aos narizes das pessoas, numa tentativa de criar uma experiência sensorial mais imersiva.

A tecnologia dos cheiros 

Jacki Morie, uma especialista em realidade virtual que passou uma década no Instituto de Tecnologias Criativas da Universidade do Sul da Califórnia antes de fundar sua própria empresa vem trabalhando na área de aromas artificiais desde os anos 80. 

Ela experimentou vários dispositivos ao longo das décadas – seu último é um colarinho, onde o cheiro é fornecido em um papel filtro e não através de spray. Isto facilita a rotação rápida dos odores, já que poucas moléculas são realmente liberadas, explica ela. 

“Fomos prejudicados pelo fato de que as pessoas não querem investir porque – bem, tem uma visão pequena”, diz ela. “Se eu tivesse fundos de semente – digamos em torno de $100.000 (R$530,000) – eu teria dezenas desses dispositivos para os desenvolvedores testarem até o final do ano”. 

Mas investidor após investidor quer um grande retorno sobre o investimento. Eles querem algo escalável, e perguntam “como você vai vender 500 milhões de unidades dentro de cinco anos? Não há um mercado para isso agora”.

Projetos cheios de aromas

David Edwards é um bioengenheiro da Universidade de Harvard e inventor de um “orador de cheiro digital” que ele chamou de Cyrano. Lançado em 2016, era um sistema baseado em cartuchos que podia gerar cerca de 10 odores diferentes, com cada unidade custando 49 dólares (R$259,71 na cotação atual).

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Outro dispositivo alimentado por cartuchos baseado nas pesquisas do engenheiro Adrian Cheok, o fundador do Instituto de Imaginação da Malásia, que também leciona na i-Universidade em Tóquio. Um empresário local reestruturou sua pesquisa sobre o olfato para desenvolver um brinquedo de bolso. 

Ele custou $30 (R$159,01) quando foi colocado à venda em 2013, mas foi rapidamente encerrado.

Os desafios no caminho

O fracasso do projeto levou Cheok a mudar seu foco e ele está atualmente trabalhando em um novo dispositivo  que funciona de uma maneira totalmente diferente. Ele estimula diretamente os receptores olfativos no nariz através de eletrodos que são inseridos através da narina. 

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Ele pode resolver o problema de substituir os aromas por cartuchos caros e ele tem visto resultados promissores em testes de laboratório, mas reconhece que este equipamento enfrenta problemas próprios.

Com todas essa spesquisas e projetos em andamento, não deixamos de perguntar: Quando sentiremos cheiro através dos nossos smartphones e outros dispositivos?

Traduzido e editado por equipe Isto é Interessante 

Fonte: BBC