A água de Marte está sendo retirada do topo. A espaçonave MAVEN da NASA encontrou água elevada até a atmosfera superior de Marte, onde seus átomos de hidrogênio e oxigênio são separados, relataram cientistas na Science de 13 de novembro.
“Isso muda completamente a forma como pensávamos que o hidrogênio, em particular, estava se perdendo no espaço”, diz o químico planetário Shane Stone, da Universidade do Arizona em Tucson.
A superfície de Marte foi moldada por água corrente, mas hoje o planeta é um deserto árido. Anteriormente, os cientistas pensavam que a água de Marte se perdia em um “gotejar lento e constante”, à medida que a luz do sol dividia a água na atmosfera inferior e o hidrogênio se difundia gradualmente para cima, diz Stone.
Mas o MAVEN, que orbita Marte desde 2014, coletou moléculas de água na ionosfera de Marte, em altitudes de cerca de 150 quilômetros. Isso foi surpreendente – anteriormente, a água mais alta vista era de cerca de 80 quilômetros.
Essa água alta variava em concentração conforme as estações mudavam em Marte, com o pico no verão do sul, quando as tempestades de poeira sazonais são mais frequentes.
Durante uma tempestade de poeira global em 2018, os níveis da água subiram ainda mais, sugerindo que as tempestades de poeira levantam a água em um “respingo repentino”, diz Stone.
O topo da atmosfera de Marte está cheio de moléculas carregadas que são preparadas para reações químicas rápidas, especialmente com água.
Portanto, a água lá em cima se divide rapidamente, em média durando apenas quatro horas, deixando os átomos de hidrogênio flutuando. Esse processo é 10 vezes mais rápido do que as formas anteriormente conhecidas de Marte perder água, calcularam Stone e seus colegas.
Esse processo pode ser responsável pela perda de Marte no equivalente a um oceano global de 44 centímetros de profundidade nos últimos bilhões de anos, além de outro oceano de 17 centímetros de profundidade durante cada tempestade de poeira global, descobriu a equipe.
Isso não pode explicar toda a perda de água de Marte, mas é um começo.
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Traduzido e editado por equipe Isto é Interessante
Fonte: The Science News