O caos do Grande Desafio de Darpa de 2004

Tony Tether, diretor da Defense Advanced Research Projects Agency (DARPA), tinha em mente encorajar os mais corajosos quando concebeu o Grande Desafio de 2004.

O caos do Grande Desafio de Darpa de 2004
Foto: (reprodução/internet)

O projeto DARPA era o braço secreto do Pentágono que havia gerado a internet, o GPS e o bombardeiro. No início dos anos 2000, ele voltou seu olhar para veículos autônomos que poderiam manter os soldados americanos fora de perigo. 

Frustrado com o lento progresso dos empreiteiros de defesa e dos laboratórios universitários que haviam passado décadas com o problema, Tether tentou algo novo: uma corrida por veículos autônomos no Deserto de Mojave, aberta a qualquer um. 

O prêmio de US$ 1 milhão e a audácia do desafio atraíram todos os tipos de esperanças. Estimados roboticistas, estudantes universitários e do ensino médio, funileiros hobbyistas, veteranos do BattleBots. O que lhes faltava em experiência com máquinas autônomas que compunham com entusiasmo. 

A grande e perigosa corrida

A rota que o software deles cuspiu dizia que o Humvee, Sandstorm, robotizado, levaria 13 horas para chegar à linha de chegada

A equipe os comparou o banco de dados de mapas de satélite, avaliando a dificuldade do terreno e calculando onde o Humvee precisaria correr devagar e, mais importante, onde ele poderia atirar. Eles introduziram uma velocidade específica para cada pedaço do percurso e carregaram todos os dados para os computadores que estavam rodando na enorme caixa eletrônica.  O planejamento deles era agressivo, mas isto era uma corrida. 

Às 6h30 da manhã do sábado, 13 de março de 2004, com o sol começando a espreitar as colinas a leste, o Grande Desafio estava finalmente começando.

Mad Max na vida real

O hino nacional tocou, e Tony Tether tomou seu lugar ao lado de um general do exército de quatro estrelas que havia aparecido sem aviso prévio. Em seguida, o anunciador da corrida foi ao trabalho. Desde que um veículo pudesse se agarrar à estrada e manejar quaisquer pedras ou ervas daninhas que encontrasse, os primeiros quilômetros seriam fáceis de percorrer.

O caos do Grande Desafio de Darpa de 2004
Foto: (reprodução/internet)

Durante os próximos 20 minutos, mais três veículos deixaram o portão, seguindo o rastro do chamado Sandstorm. Parecia que o Tether iria conseguir uma corrida adequada, mesmo depois de algumas exibições muito trêmulas na rodada de qualificação. Então, os problemas começaram. Mais de uma pessoa havia comparado o campo dos robôs da corrida com algo fora de um filme do Mad Max.

As regras de Darpa eram claras: uma vez que o veículo começou a corrida, ele não podia aceitar nenhuma ajuda humana. O chamado Ghostrider não estava prestes a se erguer do chão. Estava feito, morto. 

A moto havia caído entre 600 e 800 vezes durante o ano anterior. Nenhuma doeu como esta, porque esta era a única vez que ela deveria funcionar, quando todos estavam observando. 

O ‘massacre’ de DARPA

Ignorando o massacre que estava acontecendo no Slash X, Sandstorm continuou pela frente, dirigindo suavemente pela estrada de terra. Mas os oficiais da corrida no veículo de perseguição logo notaram um comportamento preocupante. 

Nove minutos após sua corrida, o Humvee se aproximou de um par de postes de cerca a cerca de 12 pés de distância, em um cruzamento de estrada. Seu sensor laser captou os obstáculos e o Sandstorm deveria ter sido capaz de deslizar com um pé a mais em ambos os lados. 

Mas ele pendurou para a esquerda e bateu com a cabeça em um poste, que não teve chance contra um Humvee se movendo em velocidade. Nem seu colega do outro lado do cruzamento, que encontrou o mesmo destino alguns segundos depois.

O Darpa Grand Challenge estava de fato acabado.

Traduzido e editado por equipe Isto é Interessante 

Fontes: WIRED, New Atlas