Testes de bomba ajudam a revelar a idade do tubarão-baleia

Os cientistas dizem que agora sabem a idade que os tubarões-baleia (Rhincodon typus) podem ter, graças em grande parte ao legado radioativo da corrida armamentista.

As consequências dos testes nucleares nas décadas de 1950 e 60 deixaram linhas do tempo claramente reconhecíveis nas vértebras dos maiores peixes do mundo, relataram eles em um artigo na revista Frontiers in Marine Science.

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Isso permitiu-lhes estabelecer que um dos espécimes que estudaram tinha 50 anos de idade ao morrer – a primeira vez, dizem, que tal idade foi verificada de forma inequívoca.

O projeto reuniu pesquisadores dos Estados Unidos, Islândia e Austrália, com apoio de outros da Arábia Saudita e do Paquistão.

A chave era determinar quanto tempo os cronogramas representam

Como todos os tubarões e raias, o Rhincodon typus carece de um otólito – a estrutura óssea usada para avaliar a idade de outros peixes.

Suas vértebras apresentam faixas distintas que aumentam em número com a idade, da mesma forma que os anéis de um tronco de árvore, mas isso tem valor mínimo porque não estava claro até agora com que frequência uma nova faixa se formava.

É aí que entraram os testes nucleares. Ambos os lados da Guerra Fria detonaram explosões a vários quilômetros no ar e isso, dizem os pesquisadores, causou uma duplicação atmosférica temporária de um isótopo chamado carbono-14.

Testes de bomba ajudam a revelar a idade do tubarão-baleia
Foto: (reprodução/ internet)

Este elemento radioativo que ocorre naturalmente pode ser usado por arqueólogos e historiadores para datar ossos e artefatos antigos, porque sua taxa de decomposição é constante e facilmente medida.

Conclusões

A precipitação dos testes saturou primeiro o ar e os oceanos, e o isótopo gradualmente se moveu através das teias alimentares em todo o planeta, produzindo um elevado rótulo de carbono-14, que ainda persiste.

Este radioisótopo adicional também decai em uma taxa constante, o que significa que a quantidade contida no osso formado em um ponto no tempo será ligeiramente maior do que aquela contida no osso idêntico formado mais recentemente.

Usando dados de radiocarbono da bomba preparados por Steven Campana da Universidade da Islândia, pesquisadores liderados por Joyce Ong da Rutgers University, EUA, e Mark Meekan do Instituto Australiano de Ciência Marinha, testaram os níveis de carbono-14 nos anéis de crescimento de dois tubarões-baleia mortos armazenados no Paquistão e Taiwan.

Descobrimos que um anel de crescimento foi definitivamente depositado a cada ano”, diz Meekan.

Isso permitiu que eles determinassem a idade dos tubarões que estavam estudando e confirmassem que a longa expectativa de vida é provavelmente uma característica dessa espécie ameaçada, mas agora protegida.

Traduzido e editado por equipe: Isto é Interessante 

Fonte: Cosmos Magazine