Mais razões para tentar dormir bem

Dois novos estudos observacionais destacaram algumas possíveis vantagens para a saúde de ter regularmente uma boa noite de sono (em vez de um dia).

O primeiro relata que adultos com padrões de sono mais saudáveis ​​têm menor risco de insuficiência cardíaca, independentemente de outros fatores de risco, enquanto o segundo sugere que trabalhadores permanentes do turno da noite apresentam risco aumentado de asma moderada a grave.

Ambos fizeram uso de dados do UK Biobank, que acompanha a saúde e o bem-estar de longo prazo de 500.000 participantes voluntários.

O estudo do coração, liderado pela Tulane University nos Estados Unidos, avaliou 408.802 participantes com idades entre 37 e 73 anos no momento do recrutamento.

Os pesquisadores descobriram que, depois de ajustar para diabetes, hipertensão, uso de medicamentos, variações genéticas e outras covariáveis, os participantes com padrões de sono mais saudáveis, avaliados por comportamentos-chave, apresentaram um risco 42% menor de insuficiência cardíaca.

E cada comportamento tinha seu valor independente. O risco foi 8% menor em madrugadores, 12% menor naqueles que dormiam de sete a oito horas por dia, 17% menor naqueles que não tinham insônia frequente e 34% menor naqueles que não relataram sonolência diurna.

Os resultados foram publicados na revista Circulation da American Heart Association

Os pesquisadores reconhecem algumas limitações do estudo: os comportamentos de sono foram auto-relatados, as informações sobre as mudanças nos comportamentos de sono durante o acompanhamento não estavam disponíveis e outros ajustes não medidos ou desconhecidos podem ter influenciado os resultados.

No entanto, os resultados “destacam a importância de melhorar os padrões gerais do sono para ajudar a prevenir a insuficiência cardíaca”, diz o autor correspondente Lu Qi.

O segundo estudo, publicado na revista Thorax, acompanhou 286.825 participantes do Biobank com idades entre 37 e 72; 14.238 (cerca de 5%) tinham asma, 4.783 deles (quase 2%) com moderada a grave com base em seus medicamentos.

Os pesquisadores, liderados pela Universidade de Manchester, no Reino Unido, compararam o efeito do horário de expediente com o trabalho por turnos no diagnóstico de asma, função pulmonar e sintomas da asma.

Depois de levar em consideração a idade e o sexo, e uma ampla gama de outros fatores de risco potencialmente influentes, verificou-se um aumento de 36% na chance de ter asma moderada a grave em trabalhadores permanentes do turno noturno em comparação com aqueles que trabalham no horário normal de expediente.

Aqueles que eram “cronotipos extremos” – tendo preferências de relógio biológico para atividades matinais ou noturnas – eram significativamente mais propensos a ter asma, mesmo depois de levar em consideração uma série de fatores de risco potencialmente influentes.

A chance de asma moderada a grave foi 55% maior entre os matutinos que trabalham em turnos irregulares, inclusive noturnos.

A suscetibilidade genética à asma não afetou as chances de desenvolver asma entre os turnos de trabalho, no entanto.

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Traduzido e editado por equipe Isto é Interessante 

Fonte: Cosmos Magazine